Carros eléctricos e o preços dos combustíveis
A Mitsubishi suspendeu a produção do Peugeot iOn e do Citroën C-Zero por terem vendas fracas. No primeiro semestre deste ano apenas foram comercializados 1787 carros pela Peugeot/Citroën. E se ainda vou vendo um ou outro Leaf (se calhar é sempre o mesmo) e raramente um Volt usado por particulares, a família i-MiEV/iOn/C-Zero parece não existir por cá sem ser de demonstração ou pertencente a alguma empresa.
O mesmo aconteceu com a GM no inicio do ano que teve que parar as linhas de montagem do Chevrolet Volt / Opel Ampera durante cinco semanas porque simplesmente não existia procura para o carro, situação que voltou a ocorrer agora em Julho.
A venda de carros eléctricos está estagnada não só na Europa como nos Estados Unidos, terra do documentário do suicídio do carro eléctrico.
Tirando o Volt / Ampera todos os outros eléctricos são bastante limitados na sua utilização e são caros, muito caros. Só o preço do Ampera dá para comprar dois ou três carros económicos e ainda sobra dinheiro para o combustível, manutenção, seguro e IUC para alguns anos. Não é de estranhar, principalmente quando estão vários países em recessão económica, que não se comprem brinquedos, que é o que são actualmente os carros eléctricos.
Pode parecer que tenho algo contra os carros eléctricos porque estou sempre a apontar as suas desvantagens, mas a opinião pública e os media passaram a imagem que os eléctricos seriam a solução para tudo, e em 2008 quando os combustíveis andavam em alta nas "conversas de café" dizia-se que o próximo carro a comprar seria um eléctrico e a culpa de não fazerem eléctricos era das petrolíferas.
Estamos em 2012 e de acordo com os dados do Mais Gasolina o preço do gasóleo está a apenas um cêntimo de ultrapassar o máximo histórico, dez cêntimos por litro a mais que os valores mais altos registados em 2008.
O preço elevado dos combustíveis não está a ajudar à mudança para um carro eléctrico. E se o objectivo é poupar nos gastos com o combustível existem outras alternativas bem mais baratas como um Aveo Bi-Fuel ou um utilitário usado de baixo consumo.
Neste momento o carro eléctrico tem como público alvo as empresas e indivíduos que queiram passar uma imagem de amigos do ambiente para agradar a accionistas ou à opinião pública, apesar da quantidade de postos de carregamento fazer passar outra imagem. Para um carro eléctrico vingar precisa de ter uma autonomia decente, ser relativamente rápido comparando com outros carros do mesmo segmento e custar pouco mais que outros carros do mesmo segmento.
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