Coisas que me chateiam: Peões suicidas
Existem coisas nas nossas estradas que me deixam de cabelos em pé, uma dessas coisas são as passadeiras que estão todas a passar a ser pintadas em cima de lombas ou rampas de lançamento. Na "Alta de Lisboa" então é um abuso, até luzes vermelhas têm para sinalizar a rampa de lançamento aos aviadores, perdão, aos automobilistas.
Escusado será dizer que eu nessa zona tive que dar a volta, e felizmente tinha espaço para fazer inversão de marcha, porque o meu carro devidamente homologado pela antiga DGV para circular em Portugal não passa aí! E a história repete-se com muitos outros automóveis, o último caso que presenciei foi já na oficina, um pobre Passat que partiu o carter porque bateu lá.
E onde quero chegar com isto? Bom, ao ler certas barbaridades como esta facilmente percebo as asneiras feitas pelos peões no dia-a-dia. Ao passarem a mensagem de total impunidade do peão sobre as regras do Código da Estrada, uma vez que "o peão tem sempre razão", é normal que estes se atirem para a passadeira sem olhar.
O peão não tem sempre razão. Os peões devem ser educados, deve-se explicar o conceito de prioridade contra o conceito de condições de segurança. Uma viatura não se imobiliza de um momento para o outro, portanto atravessar sem mais nem menos é por a vida em risco e raciocinem lá, um carro contra um ser humano, quem ganha?
Depois existem atropelamentos, muitas vezes mortais, e a culpa nem é do condutor. São peões que atravessam sem olhar, outros que assim que chegam à passadeira atravessam imediatamente porque "têm prioridade", outros que vão a falar ao telemóvel ou a ouvir música e nem tomam atenção ao tráfego.
Depois aparecem ideias parvas como estas, onde se fazem passadeiras em lomba quando o correcto seria uma passagem aérea, passadeiras sem iluminação à noite entre outros factores. Eu que tanto conduzo como sou peão tenho noção que, embora existam culpas de ambas as partes, o maior factor para os acidentes nas passadeiras são o próprio planeamento inexistente na colocação de uma passadeira.
Se existe uma paragem de autocarros coloca-se uma passadeira, mesmo que seja no meio de um cruzamento ou numa descida sem visibilidade. Se existem três faixas em cada sentido coloca-se uma passadeira em lomba sem sinalização, mesmo que a velocidade média seja de 70km/h nesse local. Se existe uma rotunda ou um cruzamento coloca-se uma passadeira a cada entrada/saída porque alguém teve essa infeliz ideia e passou a ser moda.
E é aqui que os peões se tornam suicidas, confiam cegamente no sistema e no lema "o peão tem sempre razão" que não param para pensar e não percebem que uma passadeira numa curva sem visibilidade para ambos os sentidos não é um local seguro para atravessar a estrada, até porque em certas autarquias são os funcionários que percebem pouco de segurança que dizem onde ficam as passadeiras.
Não basta parar e olhar bem para os dois lados, é preciso ter senso-comum e capacidade de raciocínio antes de atravessar uma estrada.
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