Comprar um carro eléctrico usado, o que ter em conta
Comprar carro novo em Portugal não é para todos, a maioria das vendas são para empresas e os particulares acabam por comprar viaturas usadas, sejam elas nacionais ou importadas. No caso dos eléctricos ainda pior, com os preços elevados que se estão a praticar, embora estejam a aparecer novas ofertas a valores mais acessíveis.
O mercado dos usados parece finalmente estar a estabilizar, com stocks de carros novos para entrega, e já se começam a encontrar bons negócios.
Tal como num carro convencional é importante ter acesso ao historial de manutenção do mesmo e avaliar o desgaste da viatura relativamente aos anos e quilómetros percorridos. Um carro com 100.000km e com os bancos e volante sem sinais de desgaste, suspensão sem ruídos e carroçaria sem toques ou riscos são indicadores de um carro bem estimado ou que faça viagens maiores, ao contrário de um carro que faça viagens curtas e circule maioritariamente em cidade (TVDE).
O estado da bateria
A principal questão de quem quer comprar um eléctrico usado é o estado da bateria. Já existem empresas especializadas em híbridos e eléctricos que conseguem analisar o estado da bateria, assim como a própria marca pode consultar os valores de voltagens e SOH para dar uma ideia, mas tirando raras excepções de alguns modelos problemáticos ou viaturas usadas em serviço de Taxi ou TVDE, será raro encontrar um carro com uma bateria problemática.
Alguns carros têm no quadrante um indicador do estado da bateria ou escondido em menus do ecrã principal. Outro truque é olhar para a autonomia se o carro estiver totalmente carregado ou perto disso. Um carro com 200km de autonomia em novo que apresente apenas 120km com a bateria totalmente carregada terá uma degradação elevada ou o seu proprietário não conduz propriamente devagar e faz com que os consumos são altos. Em ambos os casos poderá ser mau negócio.
Carros a evitar
Existem carros eléctricos que são problemáticos ou um mau investimento por estarem ultrapassados. O Nissan Leaf de primeira geração tinha problemas de degradação devido ao fraco arrefecimento de baterias e tanto esta como a geração seguinte usam a ficha CHAdeMO para carregamento rápido. A norma europeia e que todos os fabricantes usam é a CCS Type 2 e novos carregadores começam a ter apenas esta ficha para carga. Se a ideia é usar o carro para viagens longas, é algo a ter em conta.
Também os Tesla Model S e X mais antigos sofrem do mesmo problema e podem necessitar de um adaptador para conseguirem usar os pontos públicos de carga rápida ou mesmo a rede de carregamento da Tesla para velocidades de carga mais elevadas.
Os Renault Zoe são uma boa opção, mas existem alguns carros a preços baixos que são vendidos com contrato de aluguer de bateria. Estes contratos têm valores elevados e quilometragem limitada, fazendo deles uma má compra.
Carros com baixa degradação da bateria
Hyundai Ioniq, Kia Niro, Tesla Model 3, BMW i3, Renault Zoe, Smart EQ, VW e-Golf são alguns carros acessíveis no mercado dos usados com provas dadas de baixa degradação da bateria.
Nada como uma rápida pesquisa na Internet nos fóruns dedicados a cada modelo para perceber, directamente dos seus proprietários, quais os problemas comuns. Muitos destes fóruns têm guias de compra para escolher o melhor modelo e o que evitar para fazer uma boa compra.
Falando de experiência, se não for um modelo problemático ou que apresente sinais de ter tido um uso anormal, não existe nada a ter medo na compra de um eléctrico usado que seja muito diferente da compra de um carro usado normal. E na maioria dos eléctricos existe sempre uma garantia do fabricante da bateria que normalmente anda entre os 6 e 8 anos ou 120.000 km a 180.000 km.
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