Limitação à circulação em Lisboa não faz sentido
Actualmente em Lisboa quem tenha um carro anterior a 1996 não pode circular na Av. da Liberdade e na Baixa (Zona 1) e se o carro for anterior a 1992 não pode circular na restante área limitada pela Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, Forças Armadas, Estados Unidos, Marechal António Spínola, Santo Condestável e Infante D. Henrique (Zona 2).
Isto tudo para reduzir as emissões de poluentes na cidade e promover a utilização dos transportes públicos. O efeito é o mesmo que querer perder peso e mudar uma refeição por mês de cozido à portuguesa para salada.
Neste momento foi proposto limitar a circulação de carros anteriores a 2000 na Zona 1 e anteriores a 1996 na Zona 2. Ora, um carro de 1996 pode poluir menos que um carro de 2006. O que esta medida diz é que posso circular com um BMW 530D de 2007 mas um Corsa 1.2i de 1995 com valores de emissões mais baixos não pode entrar.
Esta medida não funciona, mas já sabemos que o António Costa não percebe nada disto. Depois temos que observar quem realmente polui a cidade. Quantos carros antigos existem a circular na cidade a poluir? Grande parte deles são táxis e autocarros, e esses circulam o dia todo na cidade, não apenas na hora de ponta, mas esses podem circular sem limitações. O número de carros particulares a circular em Lisboa anteriores a 1996 é bastante reduzido.
Os transportes públicos não são alternativa, tirando o Metro os restantes são normalmente ineficientes e poluentes. Os horários muitas vezes incompatíveis e torna-se mais cómodo e nalguns casos mais económico usar viatura própria na deslocação até ao emprego.
Uma boa medida seria obrigar os autocarros e taxis a terem uma idade máxima, isto iria pelo menos aumentar o conforto destes transportes e reduzir emissões. No entanto não vai reduzir o número de pessoas que usam o carro particular na cidade. Não faz também sentido obrigar a trocar um particular de viatura tendo em conta o estado económico do país.
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