Não é preciso abrandar nas zonas com radar
Com a proliferação de radares na nossa estrada é importante acabar com um comportamento que causa trânsito e torna-se perigoso, o abrandar repentinamente e circular muito abaixo do limite de velocidade daquela via.
Todos os radares têm uma margem de erro e o velocímetro dos nossos carros também não é 100% certo, portanto se o limite é de 120 km/h e existe um radar, podem continuar a circular a 120 km/h.
Como funciona a margem dos radares
A margem varia por tipo de radar e pode ser aplicada em percentagem para velocidades superiores a 100 km/h que vão de ± 3% a ± 10% ou em velocidades iguais ou inferiores a 100 km/h um valor fixo que vai de de 3 km/h a 10 km/h.
Este valor é descontado à velocidade a que uma viatura é controlada. Quem já teve a infelicidade de receber uma multa decerto que viu a alínea do EMA.
Como exemplo, podemos ter um radar numa zona de 50km/h em que um carro é controlado a 71 km/h (contra-ordenação grave) e ao retirar o valor do EMA (ex: 7 km/h) a multa é aplicada à velocidade de 64 km/h (contra-ordenação leve).
Os erros máximos admissíveis (EMA) estão disponíveis para consulta na portaria n.º 352/2023 (mais recente à data de publicação).
Entender o erro do velocímetro
Longe vão os tempos dos carros com erros de velocímetro de 10 e 15 km/h. Com a vulgarização dos quadrantes digitais o erro do velocímetro tem sido decrescente, e nalguns carros o erro chega a ser mínimo, 1 km/h.
O erro depende de carro para carro, e mesmo entre carros iguais o erro pode ser diferente dependendo da pressão e rasto dos pneus.
Se o carro indicar 120 km/h não vamos a essa velocidade real
A melhor forma de o comprovar é com um GPS ou telemóvel com a app Waze, por exemplo. Basta manter uma velocidade constante em plano e ver a diferença entre o indicado no quadrante do carro e no GPS. Existem carros que a 120 km/h no quadrante circulam a 118 km/h, outros a 115 km/h. Se o carro indicar 120 km/h não vamos a essa velocidade real.
Apenas em casos de avaria ou alteração de características (colocar pneus de menor dimensão) é que o velocímetro de um carro poderá indicar uma velocidade inferior à real, caso contrário todos os velocímetros indicam uma velocidade superior.
Se não vamos mesmo à velocidade real, por que abrandamos?
A averiguação da velocidade registada pelos radares é feita pelo Instituto Português da Qualidade comparando os valores medidos com o valor indicado por aparelhos GPS, portanto a velocidade real será a que o radar está calibrado para detectar, com o adicional de no mínimo 3 km/h ou 3%.
Vamos supor que temos um carro que até tem pouco erro de velocidade e a 50 km/h no quadrante equivale a 48 km/h de GPS, e vamos passar num radar de 50 com um erros máximo admissível de 3 km/h. Temos que circular com o carro a indicar no quadrante 56 km/h para sermos multados:
- 56 km/h no quadrante equivalem a 54 km/h reais (GPS)
- O radar vai disparar sobre os 54 km/h e retirar 3 km/h, dando multa a 51 km/h
- Qualquer valor abaixo disso está no limite do radar
E a velocidades superiores a margem de erro é maior, portanto podemos circular sem medo de multas a 120 km/h.
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