O país dos dísticos: Programa Risco Zero
Somos um país de idiotas, a sério que somos! Temos um problema de sinistralidade, como o vamos resolver? Ora, podemos melhorar a qualidade das nossas estradas, melhorar o ensino nas escolas de condução, tornar os exames de condução mais adaptados à realidade, ensinar noções de civismo e bom senso nas escolas... Espera, tenho uma ideia melhor, vamos criar três autocolantes!
É verdade, foi uma ideia muito parva. Todos os maus condutores já devem ter tido acidentes não? Errado!
Vamos supor que todos os dias pego no meu carro e pratico uma condução perigosa com tangentes enquanto serpenteio pelo meio do trânsito colocando terceiros em risco e provocando acidentes. Vamos supor que faço inversão de marcha a meio de uma curva e provoco um acidente. Em todas estas situações ponho-me em fuga. A cor do meu dístico? Verde claro está! Os outros desgraçados que não tiveram culpa nenhuma porque me apanharam pelo caminho vão andar com um dístico laranja.
Vamos supor outra, tenho um carro na minha família, eu tive um acidente e fui culpado e o meu pai teve outro acidente e foi culpado. A minha mãe pega no carro sem nunca ter tido acidentes e tem lá um dístico vermelho, será que é uma condutora perigosa?
Outra situação hipotética, o meu carro está estacionado e durante a noite alguém bate contra ele e coloca-se em fuga. Eu tenho que activar a cláusula de choque, colisão e capotamento para reparar o carro pelo seguro que até fica mais barato mesmo tendo o aumento de 5% ou 10% do prémio, vou ter um dístico laranja?
A sério que a seguir ao dístico do GPL e dos 80 nos comerciais e a tentativa de identificar os recém encartados esta é mais uma daquelas pérolas que não lembram a ninguém e em nada vão mudar a sinistralidade em Portugal.
Pessoalmente acho que faz mais sentido um sistema de carta por pontos do que um autocolante no veículo.
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