Um carro antigo não compensa arranjar?
É comum ouvir-se a conversa do "não compensa arranjar" quando um carro chega a um período de manutenção mais dispendioso. Ou porque o valor do arranjo é o valor comercial do carro ou porque é um carro com uma idade avançada e a ideia que fica é que vai começar a dar problemas.
Esta ideia pré-concebida sempre me fez confusão. É claro que se apenas fazemos manutenção correctiva e não preventiva (feita no período de garantia), muitas das peças de desgaste vão chegar ao fim de vida e deixam de funcionar. Podemos considerar isto uma avaria ou apenas falta de manutenção?
Para mim avaria é uma peça ter uma vida útil de 60.000km e antes deste período avariar. Se uma peça faz o dobro da quilometragem e deixar de funcionar não é uma avaria ;)
Se falarmos num carro de 1990 por exemplo, com 20 anos, que precisa de uma revisão de €500, certamente alguém vai dizer que é asneira investir metade do valor comercial do carro numa manutenção. Mas será que é?
Ninguém vai comprar um carro com 20 anos e uma revisão cara por fazer, portanto vendemos o carro a uma sucata por €50? Ficamos com €550 para comprar um carro usado, e com este valor não vamos comprar algo em bom estado, certamente. Sabemos com o que contar com o carro actual, não sabemos o estado de um carro usado.
Certamente a ideia é trocar por um carro novo, mas vamos comprar um Suzuki Alto ou um Nissan Pixo para substituir provavelmente um carro familiar? E um carro destes tem um valor a rondar os €9000 e os valores da revisão durante o período de garantia não são acessíveis.
Portanto, se uma reparação de €500 num carro em bom estado não compensa, o que compensa afinal? Comprar um usado em mau estado por €550 a precisar de uma revisão de valor igual ou superior ao carro que tínhamos ou gastar €9000 num carro novo que no período de garantia pode ter uma manutenção mais cara?
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